ESPECIAL ORGULHO LGBT+

Repensando Bandeiras

~ 28JUN20

 

Pride Flag ~ Daniel Quasar

 

Assim como a sigla, a bandeira que representa o orgulho da comunidade LGBT+ vem ganhando novos tons e interpretações.  Ainda que uma pequena parcela da comunidade tenha alguma resistência com as novas pautas abraçadas, é importante lembrar que a proposta desde a criação da primeira bandeira pelo designer Gilberto Baker em 1978, sempre foi ter um ícone de representatividade e acolhimento; seja nas oito cores iniciais, ou nas seis finais: vermelho para vida, laranja representando cura, amarelo para a luz do sol, verde para natureza, azul para serenidade e roxo para espiritualidade.

 

Agora, mais do que nunca, é necessário falar sobre interseccionalidades e o próprio papel da comunidade LGBT+ diante de tantos movimentos identitários, ainda sem tanta força que algumas das letrinhas ganharam desde que era só Gay, ou GLS.

 

Em 2017, o grupo “More Color More Pride” reivindicou a inclusão das listras marrons e pretas, representando negros e pardos, afinal, foram mulheres trans pretas como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera que estavam à frente dos protestos de Stonewall Inn em 1969. E foi no ano seguinte que o designer Daniel Quasar, que é não-binário, incluiu os elementos da bandeira de orgulho Trans nessa nova proposta.

 

A bandeira de Quasar, portanto, tem uma seta direcionado para a direita representando progresso e com as cinco novas cores, representando pessoas trans, negras e pardas da comunidade LGBT+. Mas o próprio Quasar não tem a intenção de substituir a bandeira original, mas sim, “que seja um complemento às muitas bandeiras que a nossa comunidade usa para nos representar.”

 

Daniel Quasar – Reprodução

 

“A inclusão de faixas adicionais significa enfatizar as vozes que precisam ser ouvidas, especialmente agora mais do que há dois anos atrás quando eu originalmente fiz a bandeira. Nosso mundo está tão carregado agora e as vozes que gritam há anos estão ficando cada vez mais altas. Não podemos ignorar isso e devemos abrir espaço para que sejam ouvidos. A bandeira era minha maneira de dizer que nós, como comunidade, precisamos dar um passo atrás e ouvir. ” (Daniel Quasar para Them)

 

Da nossa parte, acreditamos que quanto mais cores (e letras), mais força, diversidade e verdade para o movimento.

 

 

~ Dica extra: Pra conhecer mais a fundo a história da bandeira LGBT+ e a própria sigla, recomendamos o ReversaCast, que é uma verdadeira aula da ativista Maira Reis.