do boiler room
Por Rafael Bittencourt ~ 25 Julho 2018
A Netflix já é sua própria versão do Blockbuster, mas ainda há um vasto espaço a ser dedicado a uma alternativa para o que seria aquelas pequenas locadoras de VHS possivelmente esquisitas e especializadas em música, documentários independentes e produções de baixo orçamento de cineastas “malditos” recém formados em alguma faculdade de vanguarda de Nova York ou Berlim.
Se essa locadora nunca de fato existiu, o canal de música Boiler Room recentemente criou a sua própria, o 4:3, e o melhor: em streaming, grátis, disponível em qualquer aparelho eletrônico – ainda que possivelmente com a mesma resolução das esquecidas fitas…
4:3 é uma plataforma para mentes curiosas e ligadas à cultura, que oferece uma exploração de filmes inéditos e, assim como em experiências da vida real, uma oportunidade para descobrir o desconhecido, logo, um convite à experimentalismos cinematográficos, curtas underground, câmeras cruas, documentários incríveis que você nunca ouvir falar mas que precisa ver imediatamente.
Por isso, ao invés de competições em reality shows de reprodução de confeitaria, ou melhor, cake design à base de pasta americana, o espectador vai encontrar filmes como o super aguardado documentário “If I Think Of Germany At Night” de Romuald Karmakar, sobre os cinco pioneiros da música eletrônica alemã (Ricardo Villalobos, Sonja Moonear, Ata, Roman Flügel & Move D.); ou o longa-metragem conceitual dirigido pela dupla de arte italiana Invernomuto, estrelado por Lee “Scratch” Perry, em que exploram a convergência da história, mito e magia através dos legados do último imperador da Etiópia, Haile Selasie I; ou um comercial do filme “Putney Swope” de Robert Downey Sr. (1969); um desfile dos formandos do curso de moda da faculdade Central Saint Martins, ou os melhores vídeos de música do ano (entre eles, Kelela, Gambino, SZA, A$AP Rocky, slowthai e o ultrafeliz Khruangbin).
Para entender como o 4:3 consegue chegar a uma seleção de conteúdo tão afiada, única e surpreendente, basta conhecer o corpo de fundadores-curadores que se associaram à Boiler Room para lançar a plataforma: o músico japonês Ryuichi Sakamoto, a musa do eletroclash, Peaches; a produtora, roteirista e diretora londrina e responsável pelo vídeo Apeshit de Beyoncé e Jay-Z Jenn Nkiro; e Elijah Wood (sim, o Frodo de Senhor dos Anéis)
Mas como preparação para esse mergulho, fizemos uma seleção de alguns filmes que mais curtimos por aqui até hoje.
~ Dive deep!
ºº An Introduction to Passinho:
“Um curta que conta um pouco da história da dança que ficou ainda mais famosa por todo o planeta com a apresentação da Dream Team do Passinho nos Jogos Paralímpicos de 2012, no Rio.”
ºº Electro Chaabi: music from the slums of Cairo:
“O Electro Chaabi traz os furiosos e suados ritmos do centro do Cairo e o inquieto e revolucionário fervor de sua juventude para os ouvidos globais.”
“O documentário leva você para os corações e cabeças dos cantores, produtores e DJs, a espinha dorsal do reggae de raiz no Reino Unido e seus poderosos sound systems.”
ºº Gil Scott Heron: Black Wax:
“Um documentário sobre o falecido cantor e compositor poeta afro-americano Gil Scott-Heron – o homem que Melody Maker chamou de ‘o músico mais perigoso’ e muitos apelidaram como o precursor do rap.”
“Anos à frente de seu tempo, o compositor, tecladista, líder de banda, poeta e filósofo Sun Ra juntou imagens do espaço sideral com as do antigo Egito, instrumentos acústicos com instrumentos eletrônicos e gêneros musicais americanos (jazz, soul, gospel, blues, swing) com os sons da África e do Caribe.”
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